Desde o início da Operação Lava Jato, o ex-presidente Lula vem prometendo que vai viajar por todo o país para denunciar um suposto "complô de forças ocultas" da mídia golpista, do juiz Sérgio Moro e de "setores das elite" para destruir o PT. Em pelo menos uma centena de vezes, Lula prometeu desmascarar a todos, o que acabou gerando uma enorme expectativa entre seus simpatizantes.
De lá para cá, dezenas de pessoas ligadas ao partido foram e continuam presas em Curitiba. A lista de criminosos que ajudaram a desviar recursos da Petrobras é enorme e inclui membros de peso como o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, José Dirceu, o casal de marqueteiros do PT, João Santana e Mônica Moura, o empreiteiro Marccelo Odebrecht, entre outros. E Lula nada da cumprir sua promessa de rodar o país para denunciar o suposto complô.
No início do mês de março,o presidente do PT , Rui Falcão, voltou a garantir que o ex-presidente Lula passaria a viajar pelo Brasil a partir de abril e solicitou que militantes da legenda contribuíssem com a agenda do petista. A promessa foi divulgada em um vídeo publicado nas redes sociais do PT num sábado, 5 de março. E nada de Lula colocar o pé na estrada. Lula fugiu até mesmo do ato organizado pelo PT e a CUT no Dia do Trabalhador, quando deixou Dilma na mão, alegando restrições de saúde. No dia seguinte, estava todo serelepe em Brasília.
Desde então, a situação do partido se tornou ainda mais dramática e culminou no afastamento da presidente do cargo. E Lula, nada. Agora é Dilma quem promete rodar o Brasil e o mundo para denunciar o "golpe", mas ao que tudo indica, não vai dar em nada. Mesmo podendo contar com o uso de aviões da FAB, motoristas e seguranças, ela dificilmente conseguirá cumprir suas ameaças.
À exemplo de Lula, Dilma sabe que não é mais tão "simples" montar palanques em qualquer cidade do país sem que haja um planejamento militar para afastar o risco de serem hostilizados. No máximo, podem se reunir em pequenos teatros e contar com a audiência de um bando de militantes e simpatizantes órfãos do poder.