Navios de guerra russos se dirigem para porto sírio.Situação no Golfo Pérsico agrava-se cada vez mais
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Navios de guerra russos se dirigem para porto sírio.Situação no Golfo Pérsico agrava-se cada vez mais


Navios do agrupamento naval russo localizado na parte oriental do Mediterrâneo estão navegando na direção do porto sírio de Tartous, ponto de apoio logístico da frota russa. A data estimada de chegada ao destino é 7 de Janeiro.

Prevê-se que no porto sírio entrem o contratorpedeiro Almirante Chabanenko e o navio de guarda Iaroslav Mudry. O grupo naval russo permanecerá na Síria vários dias.

Apesar das advertências lançadas pelo Irã, os EUA declaram-se dispostos a reforçar a sua presença militar nesta zona. Segundo peritos, as partes trocaram acusações, ficando o mundo perante um iminente perigo de um conflito militar.

Enquanto isso, foram concluídos hoje os exercícios militares iranianos Velaiate-90 na região do estreito de Ormuz, responsável pelo transporte de 40% das exportações de petróleo destinado à Europa e EUA. Perante o cenário atual, o Irã ameaçou fechar o acesso ao estreito, o que acabou por causar a rápida reação dos EUA - para a zona das manobras foi enviado um grupo de navios, incluindo o porta-aviões de ataque John C. Stennis. Entretanto, o Comandante em Chefe das Forças Armadas do Irã, yatollah Salehi, retorquiu com a ameaça de eventuais contramedidas, se a presença dos EUA for aumentada, tendo afiançado que o seu país estaria pronto a responder a quaisquer desafios, dispondo dos arsenais necessários.

Os EUA responderam não ter intenções de pôr termo à operação, visando manter garantias de segurança e de estabilidade na região. Seja como for, para já, as ações empreendidas pelas partes parecem se limitar a um conflito verbal, a manipulações de ousadia, pelo que nem uma, nem outra estarão interessadas em iniciar uma guerra, afirma o perito russo em questões do Médio Oriente Boris Dolgov.

O Irã não quer entrar em conflito com os EUA pelo simples facto de não possuir um poderio suficiente para confrontar o eventual adversário, que conta com aliados fortes, como Israel. No que se refere aos EUA, na sua Administração existem lobbies pró-israelitas, bem como vários outros defendendo os interesses das pessoas que se opõem ao início do conflito armado. E, neste contexto, tudo dependerá de soluções políticas concretas. Para já, tais decisões não foram tomadas.

As autoridades norte-americanas estão convencidas de que o Irã se atreveu a levar a cabo uma demonstração de força armada e ameaças sob a influência das duras sanções internacionais. A assessora de imprensa do Departamento de Estado, Vitória Nuland, em suas declarações mais recentes, acusou o Irã de estar a provocar conflitos na arena internacional para distrair os cidadãos da solução de problemas internos. A hipótese avançada por ela, pode ser posta em causa – quer queira quer não - o Irã não consegue enfrentar bem as sanções apesar de numerosas tentativas suas de afastar quaisquer cenários da sua intensificação no futuro, opina Boris Dolgov.

Se for decretado um embargo à importação do petróleo iraniano, então as sanções terão impacto extremamente negativo na economia desse país. Todavia, contando com as verbas provenientes das exportações, o Irã será capaz de enfrentar sanções de outro tipo.

A situação, contudo, encerra perigo, pelo que, em caso de uma campanha militar de pequena escala no Golfo, tal conflito poderá, em poucos dias, redundar em um litígio global, envolvendo quase todos os países da zona. E esta, por sinal, não será uma guerra de todos contra o Irã, já que este também tem aliados, considera a perito do Instituto de Estudos Orientais, Lídia Kulaguina.

As potências regionais, com efeito, manifestam-se contra ações militares, já que quaisquer que sejam estas – de pequena ou de larga escala – virão provocar de forma inevitável ataques de retaliação, que afetarão os Estados vizinhos. Assim, a guerra alastrar-se-á à região inteira. Quanto aos países do Golfo Pérsico, estes têm tido uma atitude mais negativa em relação ao Irã. Há várias razões para isso – primeiro, trata-se de um problema chiita. Segundo, isto se deve à política do Irã na esfera nuclear, o que engendra uma reação negativa. Mas uma série de outros países, como a Turquia ou o Líbano, em caso da guerra, não serão adversários do Irã. Antes pelo contrário, irão prestar-lhe apoio ou até ajudar.

A Síria continua a ser o seu principal aliado. De notar ainda que os regimes políticos de ambos os países não agradam ao Ocidente. Por isso, pode-se conjeturar que o objetivo latente da política dos EUA no Médio Oriente seja o de derrubar os governos liderados por Mahmud Akhmadinejad e Bashar Assad. Mas, verdade seja dita, nem num, nem noutro país foi possível, até hoje, pôr em ação o cenário orquestrado e testado na Líbia. Uma das causas disso consiste no fato de a ONU e os outros países influentes como a Rússia e a China se terem mantido contrários ao desenrolar de ações militares contra o Irã e a Síria. A China condenou o projeto-lei, assinado por Obama, que prevê a introdução de novas sanções econômicas anti-iranianas. Neste pano de fundo, a Rússia insiste em que os problemas atuais da região sejam resolvidos por via diplomática.

Voz da Rússia



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