O Ártico é uma das regiões mais desconhecidas do mundo. Nos últimos anos, o mercado russo foi tão inundado por novos equipamentos náuticos para quebrar gelo, geradores de energia e tecnologia sísmica que o jornal The Financial Times sugeriu, em março passado, que a Rússia poderia ultrapassar os Estados Unidos na corrida para desenvolver a região.
Uma das mais recentes criações dos cientistas do Instituto Central de Pesquisa Científica Kurs, em parceria com engenheiros da empresa Schwabe, é um novo sistema que permite os navios quebra-gelos a cortar gelo com um laser e depois parti-lo com o peso da embarcação. “O projeto está quase pronto”, afirmou o diretor-executivo do Kurs à Gazeta Russa, Lev Kliatchko.
Segundo os desenvolvedores, essa tecnologia ajudará a aumentar a largura do caminho aberto pelo navio e, desse modo, garantir o transporte de plataformas especiais cujas larguras ultrapassam a do navio. “Estamos planejando ampliar o espectro de utilização do complexo, instalando-o em navios quebra-gelo leves que navegam nos rios da Sibéria”, adiantaram os representantes da Schwabe à Gazeta Russa.
No entanto, para o explorador polar russo Viktor Boiarski, as fendas no gelo quase que imediatamente congelariam novamente diante das temperaturas árticas. “Como físico, essa ideia me parece ser altamente controversa e, como um homem que já esteve no Ártico várias vezes, não está claro como o laser irá ajudar na navegação”, diz Boiarski.
“O laser pode muito bem cortar blocos de gelos de 3 metros de espessura, mas e depois que a água infiltrar enquanto o equipamento corta a outra parte? Não há nada melhor do que um quebra-gelo atômico e é improvável que seja inventado algo melhor em um futuro próximo”, arremata o explorador.
Gazeta Russa