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Satélite brasileiro trará soberania tecnológica
Especialistas afirmam que o programa de satélite geoestacionário aumentará a capacidade, a velocidade e a segurança do acesso à internet e das comunicações eletrônicas
Artur Coimbra, Caio Bonilha, Fernando Collor, presidente da Comissão de Infraestrutura, e Fabio da Silva discutem impactos do programa de satélite do governo
O programa brasileiro de Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) foi avaliado como promissor na reunião de ontem da Comissão de Infraestrutura (CI), dentro do ciclo de debates Investimento e Gestão: desatando o nó logístico do país. O evento reuniu especialistas para os quais o satélite — que deverá ser levado à órbita terrestre em 2016 — ampliará a cobertura das redes de dados brasileiras, alcançando municípios que atualmente têm dificuldade no acesso à telefonia e à internet e dificultará a interceptação de dados estratégicos, além de proporcionar demanda por tecnologia desenvolvida no país.
Artur Coimbra, diretor do Departamento de Banda Larga do Ministério das Comunicações, tratou da contribuição do futuro satélite para a massificação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), especialmente em áreas distantes que não estão cobertas pela rede de dados convencional e que dependem de conexão direta com satélites particulares — um serviço que, ressaltou, é caro e lento no Brasil.
Coimbra espera que o projeto aumente a segurança e a soberania da transmissão de dados no Brasil e aumente a capacidade do país no desenvolvimento de satélites.
— O primeiro satélite permitirá que o Brasil adquira uma capacidade muito boa de desenvolvimento — afirmou, acrescentando que, no quarto satélite da série prevista, será possível usar somente componentes brasileiros.
Caio Cezar Bonilha Rodrigues, presidente da Telebras, também lembrou a prioridade dada pelo programa à absorção e transferência de tecnologia. Ele criticou as operadoras dos satélites comerciais, que, segundo ele, priorizam áreas de maior demanda e não cobrem adequadamente regiões como a Amazônia. Ao ressaltar o papel da estatal — que não fornece acesso a consumidores finais — no incentivo aos pequenos provedores e na redução do preço do acesso no atacado, condenou o “monopólio” das operadoras de telefonia que exploram serviços de internet.
— Quando chegamos a uma determinada cidade, a demanda dobra — informou.
O capitão de mar e guerra Fabio Martins Raymundo da Silva, chefe da Seção de Comando e Controle da Chefia do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas do Ministério da Defesa, afirmou que a capacidade existente — usada desde os anos 90, especialmente em operações conjuntas das Forças Armadas — está “chegando ao limite”. Entre as vantagens do satélite brasileiro, ele citou a cobertura de toda a América do Sul, podendo ainda alcancar operações como aquelas desenvolvidas pelo país na Antártida e no Haiti, e a arquitetura de rede de voz e dados totalmente segregada.
Fabio Martins Raymundo da Silva ainda minimizou a possibilidade de violação de dados, frisando que o satélite virá com defesa contra tentativa de interferência na frequência de transmissão — caso detectada, a comunicação poderá ser realizada por meio alternativo — e que todas as comunicações estrategicamente sensíveis são criptografadas usando-se protocolos sob o domínio de técnicos brasileiros.
FONTE: C&T
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