Na quinta-feira (30), o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou para o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, uma investigação sobre o ex-senador Delcídio Amaralrelacionada à compra pela Petrobras da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, em 2006.
Em 2014, o Tribunal de Contas da União (TCU) calculou um prejuízo de US$ 792,3 milhões no caso. Delcídio é suspeito de receber propina no negócio e é investigado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Ex-líder do governo Dilma no Senado Federal, Delcídio foi cassado em maio passado e perdeu o mandato, por isso ficou sem o foro especial por prerrogativa de função, o chamado “foro privilegiado”, que dá o direito de ser investigado e julgado no STF, dependendo do cargo. Em alguns casos o foro é o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O inquérito foi aberto em dezembro de 2015, a partir da delação premiada do lobista Fernando Baiano, que revelou ter repassado entre US$ 1 milhão e US$ 1,5 milhão em espécie e em várias parcelas a um amigo de Delcídio, quando o então senador concorreu ao governo de Mato Grosso do Sul, em 2006.
Nesse capítulo do maior escândalo de corrupção de todos os tempos, o Petrolão, muitos detalhes acerca da roubalheira institucionalizada que derreteu a Petrobras e sacudiu o País ainda não foram revelados. Até porque, os delatores disponibilizam informações até certo nível, desde que as mesmas sejam suficientes para garantir um acordo de colaboração premiada.
No caso em questão, Delcídio é um político de longa data e com experiência de sobra nos bastidores do poder, o que pode significar que em sua delação nem todas as informações tenham sido repassadas à força-tarefa da Operação Lava-Jato. Se contar mais um pouco do que sabe, Delcídio pode causar um enorme estrago na política nacional, começando pela seara de Renan Calheiros, seu desafeto político.
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