A presidente afastada Dilma Rousseff terá que explicar sua acusação contra "forças ocultas de que sofreu um golpe". A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, notificou Dilma nesta quarta-feira (18) para que ela explique suas declarações de que foi vítima de um "golpe de Estado" por ter se tornado alvo de legítimo processo de impeachment, que teve todas as suas fases arbitradas pelo STF.
A Ministra do Supremo deu um prazo de dez dias para que Dilma preste os esclarecimentos. O prazo começa a contar no momento em que ela receber a notificação da decisão, que foi publicada nesta quarta-feira (18).
A decisão de Rosa Waber foi baseada na regra do Código Penal que prevê que uma pessoa ofendida por calúnia, difamação ou injúria pode ir à Justiça pedir explicações a quem acusa de proferi-las, para fins de retratação. "Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa", diz a lei.
Dilma andou falando que estava sendo vítima de um golpe em várias ocasiões nos últimos meses. A presidente afastada fez a afirmação durante vários eventos no Palácio do Planalto, na entrega de obras do governo e em entrevistas à imprensa nacional e internacional, afirmando que o processo de impeachment contra ela era na verdade um golpe.
No pedido encaminhado ao STF, os autores argumentam que "Ao comportar-se da maneira como vem fazendo, a Senhora Presidente da República deixa toda a nação em dúvida, recomendando, portanto, a presente interpelação, a fim de que possa explicar qual a natureza, os motivos e os agentes desse suposto “golpe”, por Sua Excelência alardeado".
A Ministra do Supremo colocou Dilma numa saia justa. Embora não seja obrigada a se manifestar, a situação é delicada, pois dificilmente conseguirá justificar suas acusações. Caso se recuse a prestar os esclarecimentos sobre o assunto, a situação se torna mais embaraçosa ainda. Em qualquer cenário, Dilma sofre mais uma desmoralização.
imprensaviva