Força Aérea Chinesa diz que já são 6 os caças ‘Typhoon’ baseados nas Malvinas
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Força Aérea Chinesa diz que já são 6 os caças ‘Typhoon’ baseados nas Malvinas



Eurofighter Typhoon under view
Eurofighter Typhoon configurado para defesa aérea, equipado com 6 mísseis BVR AMRAAM AIM-120 e dois mísseis Sidewinder AIM-9L/M

A Real Força Aérea britânica aumentou, ano passado, de 4 para 6 o número de caças multifunção Eurofighter EF-2000 Typhoon estacionados no complexo militar de Mount Pleasant, 48 km a sudoeste de Port Stanley, a capital das Ilhas Malvinas que os ingleses chamam de Falkland Islands.
A informação está no artigo “Expert: J-10 é o mais adequado para a Argentina”, de autoria do respeitado piloto de provas chinês Xu Yongling, oficial aposentado da Força Aérea do Exército de Libertação Popular (PLAAF, na sigla em inglês).
O texto foi publicado no último 11 pelo diário eletrônico China Military Online – website semioficial do jornal PLA Daily (“Diário do PLA”).
“Uma vez que a situação [nas Ilhas Malvinas] se torne tensa, ou se a Argentina simplesmente atualizar seu equipamento da força aérea, a Grã-Bretanha pode continuar enviando seus fighters‘Typhoon’, ou mesmo aviões de alerta antecipado E-3 ao longo da rota Grã-Bretanha-Gibraltar-Ascension Island- Malvinas (Falkland) a qualquer momento”, observa Yongling.
Como resultado da visita da presidenta Cristina Kirchner a Pequim, na primeira semana deste mês, argentinos e chineses formaram um grupo de trabalho para explorar as possibilidades de reequipar a aviação de combate argentina com aeronaves chinesas. Dois modelos estão sobre a mesa: o caça leve sino-paquistanês JF-17 (no Paquistão conhecido como FC-1), e o caça multifunção J-10, de préstimos muito superiores ao do primeiro.
FC-1
FC-1: segundo Yongling, um caça que não chega sequer a ser de 4ª geração

‘Desperdício’ - Em uma argumentação surpreendentemente objetiva, Yongling diz que o FC-1 não é, nem mesmo, uma aeronave de 4ª geração (eletrônica) “em sentido estrito, e, portanto, de eficácia operacional relativamente baixa”. E, apesar disso, segundo o piloto, tem o seu preço unitário estipulado em 30 milhões de dólares – valor que o especialista considera baixo para o mercado dos jatos supersônicos de combate.
O artigo do China Military Online não faz rodeios: “Aos olhos de Xu Yongling, a introdução do FC-1 realmente não ajuda substancialmente a melhorar a situação [dos argentinos] nas Ilhas Malvinas (Falkland) já que não há superioridade quantitativa e a capacidade de combate particular do avião [FC-1 em relação ao Typhoon] é obviamente inferior. “Mesmo que, em comparação com o J-10, menos dinheiro seja gasto [na compra do FC-1], é um desperdício”, declarou o piloto de provas ao site patrocinado pelo PLA.
Na opinião de Yongling, apenas o J-10B pode ser confrontado com o “Typhoon”: “Se a Argentina possui o novo modelo J-10B, que é também [como o Typhoon] um caça de 4,5ª geração e equipado com o radar “phased array”, é completamente capaz de combater o Typhoon, porque este último usa o radar de pulso Doppler tradicional”.
O piloto também ressalta o fato de que o J-10B carrega os mísseis de mais alto nível fabricados em seu país, incluindo o PL-12, guiado por radar ativo, e o PL-10, que usa um buscador infravermelho – segundo o veterano aviador, vetores que nada ficam a dever aos da família Sidewinder e a outros modelos ainda mais avançados, produzidos nos Estados Unidos.
j-10
Dois caças chineses J-10 em formação

Perguntas - As garantias enunciadas por Xu Yongling devem ser compreendidas no contexto atual, em que a indústria aeronáutica chinesa faz um enorme esforço para arranjar compradores para o J-10B.
Afinal, os chineses produziram 36 desses caças a pedido da Força Aérea Paquistanesa que estão agora sem destino, já que o governo de Islamabad diz não mais dispor da verba de 1,4 bilhão de dólares necessários à quitação da encomenda.
A venda para a Argentina significaria catapultar uma aviação militar humilhada pela obsolescência da sua aviação de combate, à condição de força aérea detentora das aeronaves mais modernas em operação no cenário sul-americano. A oportunidade parece, portanto, tentadora. Mas a verdade é que o negócio precisa levar em consideração uma série de dificuldades.
Em primeiro lugar é preciso ter em mente que a elevação de patamar da aviação de caça argentina não se fará, somente, pela aquisição de novas aeronaves.
A Força Aérea Argentina, que escreveu páginas honrosas contra os britânicos na guerra das Malvinas, em 1982, é, hoje, uma corporação que não possui um único avião-cisterna, e nem uma aeronave de alerta aéreo antecipado.
Seus oficiais se perguntam, por exemplo, como seria feito o adestramento dos pilotos de combate destinados ao J-10B? A Argentina comprará um jato de treinamento chinês? Arriscará usar os jatos subsônicos Pampa fabricados na Fábrica de Aviões General San Martín? Serão esses aparelhos argentinos compatíveis com o tipo de aprendizado que os aviadores precisarão captar para operar os caças chineses?
E a questão do preço, como ficará? Em 2009, os 36 jatos vendidos ao Paquistão saíram, cada um, por cerca de 38,9 milhões de dólares (aí incluídos documentação, manuais, simuladores e suprimentos). Atualmente, o preço de um J-10B é calculado entre 50 e 55 milhões de dólares. Em um ano de eleições na Argentina o governo Kirchner terá a coragem de assumir esse ônus?
Poder Aéreo



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