Incidente com o Brasil dá punição ao polêmico oficial paraguaio que noticiou ‘ataques’ no Lago de Itaipu
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Incidente com o Brasil dá punição ao polêmico oficial paraguaio que noticiou ‘ataques’ no Lago de Itaipu


Navio paraguaioamelhorQuartel General da Armada Paraguaia, em Assunção: local para onde foi removido o capitão Loutteiro

O presidente do Paraguai, Horacio Cartes, decidiu remover de suas funções o capitão de navio Conrado Cáceres Loutteiro, que, semana passada, no comando da Área Naval de Canindeyú, informou aos seus superiores, em Assunção, que as águas jurisdicionais paraguaias no Rio Paraná eram objeto de uma violação de soberania por parte de tropas brasileiras engajadas na Operação Ágata 9.

O comando da Armada paraguaia já nomeou o também capitão de navio Luis Mariano Ciancio Petters, de 52 anos – ex-chefe da Seção de Pesquisa e Doutrina da Marinha – para assumir a chefia do destacamento naval de Canindeyú, que está sediado em um prédio no centro de um perímetro de 19 hectares, desapropriado do Parque Nacional de Saltos del Guaira.

A Área Naval de Canindeyú foi criada em 22 de janeiro de 1981, para exercer o controle sobre uma região fronteiriça com o Brasil. Sua jurisdição compreende o trecho norte do Rio Paraná, desde a divisa brasileira até o rio Itambé. Para defender esse eixo a Marinha paraguaia criou três destacamentos: Marangatu, Puerto Adela e Puerto Tigre (antigo Capitán de Navío Domingo Ortiz, Km. 5, Puerto Viejo).

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Navio transporte de tropas fluvial “Paragassu” (G15) navegando em área próxima a Canindeyú

VANT – Na terça (04.08) e na quarta-feira (05.08) da semana passada forças de segurança brasileiras – supostamente do Exército e da Polícia Federal –, embarcadas em lanchas rápidas, perseguiram suspeitos nas águas do Lago de Itaipu, que buscaram refúgio na margem paraguaia. Houve troca de tiros com os fugitivos (contrabandistas, aparentemente), e, apesar de ninguém ter sido preso, os brasileiros acabaram se apoderando de meia dúzia de botes a motor.

As incursões das equipes de patrulhemento da Operação Ágata 9 teriam acontecido, precisamente, em Puerto Adela – uns 60 km rio abaixo de Salto del Guaira –, na terça-feira à tarde, e em Puerto Tigre, a cerca de 40 km na mesma direção, na manhã do dia seguinte.

O porta-voz da Marinha paraguaia, capitão Miguel Sallum, anunciou que um dos disparos realizados por brasileiros havia atingido um veículo militar em território paraguaio.

O incidente não podia ter acontecido em pior hora.

Precisamente nos dias em que se sucederam os fatos, o Ministro do Interior paraguaio, Francisco José de Vargas Benítez, de 44 anos, preparava seu comparecimento a uma rodada de negociações, em Foz de Iguaçú (PR), para solicitar às autoridades brasileiras a ajuda de um VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado).

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VANT da Polícia Federal do Brasil. Autoridades paraguaias pediram a ajuda de uma dessas aeronaves para dar caça aos bandoleiros do “Exército do Povo Paraguaio

A aeronave parece, nesse momento, um recurso utilíssimo no esforço que o governo Cartes faz para identificar os refúgios dos bandoleiros que se autoproclamam integrantes da facção guerrilheira Ejército del Pueblo Paraguayo (EPP).

Assim, na quinta-feira, dia 6 – véspera da reunião em Foz do Iguaçú –, Cartes decidiu assinar a Orden General número 208, que removeu da fronteira com o Brasil o capitão Loutteiro.

Filme – O oficial recebeu ordens para se apresentar ao Quartel-General da Armada, na capital paraguaia, onde permanece ainda hoje aguardando nova designação. Seu destino é, contudo, incerto.

Em fevereiro passado o jornal paraguaio “Diario Popular” publicou fotos do então chefe de Gabinete do Comando da Armada, capitão Loutteiro, fazendo sexo com uma mulher que seria uma tenente da Marinha, identificada na reportagem apenas como G. de 24 anos.

As fotos teriam obtidas de uma filmagem realizada clandestinamente, em circuito fechado, por uma companheira do militar. Uma das imagens mostra a tenente fazendo sexo oral com o capitão. A mesma matéria relatava que Loutteiro também havia feito sexo com uma guarda-marinha da Intendência da Marinha paraguaia.

Às denúncias Louteiro, de 47 anos, respondeu apenas: “sou solteiro e as garotas também”. Mas depois desse episódio ele perdeu o cargo no Gabinete do Comando da Armada e foi “desterrado” para Canindeyú…

“Nação de contrabandistas” – O governo paraguaio ainda aguarda uma manifestação do Ministério das Relações Exteriores do Brasil sobre os dois incidentes.

Semana passada, o ministro da Defesa paraguaio, Bernardino Soto Estigarribia, afirmou que o episódio constituiu uma clara “violação da soberania paraguaia”, conclusão a que chegara diante dos informes dos militares integrantes dos destacamentos de Puerto Tigre e de Puerto Adela.

A Câmara de Senadores paraguaia também exigiu um completo esclarecimento dos fatos por parte do Brasil.

O senador Miguel Abdón Saguier criticou duramente o governo brasileiro por violar “sistematicamente” a soberania de seu país, e ainda apresenta-lo, ao resto do mundo, como “uma nação de contrabandistas”.

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Senador Saguier criticou duramente o Brasil por causa dos incidentes no Lago de Itaipu

Os parlamentares paraguaios levaram o caso ao plenário do Parlasul.

Entretanto, é preciso dizer que escaramuças na Área Naval de Canindeyú não são, propriamente, uma novidade.

Na primeira semana de março de 2011, uma equipe da Polícia Federal brasileira que patrulhava a região de barco foi alvo de disparos que teriam sido feitos por militares paraguaios desde a margem do Rio Paraná.

Brasília pediu uma explicação a Assunção, e o então comandante de Canindeyú, capitão de navio Edgar Cantero Quintana, recusou-se a receber autoridades brasileiras em seu comando, sob a alegação de que as denúncias “careciam de veracidade”. Em abril, contudo, foi-lhe ordenado recepcionar os brasileiros e examinar o ocorrido.

A Polícia Federal do Brasil diz que, não raro, encontra contrabandistas no Rio Paraná que parecem agir sob a proteção armada de militares da Marinha paraguaia.

Plano Brasil



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